sexta-feira, 27 de março de 2015

O sonho de toda noiva

Sonhei que ia me casar. Seria um casamento simples. Eu já estava arrumada, e ia me casar com uma linda bata laranja e uma pantalona preta. Meu cabelo tinha cachos nas pontas, e eu estava maquiada.
De repente me olhei no espelho e tive certeza de que não era possível casar de bata laranja e pantalona preta. Resolvi me vestir de noiva. Eu tinha comprado um vestido de noiva, mas o guardara por medo de que fosse brega casar assim nos dias de hoje.
Mas naquele momento, olhando para a bata laranja, e os cachos nas pontas do cabelo, decidi que não ia mais pensar se era brega ou se não fazia meu tipo: me casaria de noiva.
E foi aquele fuzuê para tirar o vestido do armário, tentar arrumá-lo: passar, engomar, aprumar...
E eu tentando fazer tudo ao mesmo tempo, pois as convidadas que deveriam me ajudar estavam desajeitadas e preguiçosas. Primeiro perderam o pente, depois reclamaram que sentiam muita fome.
"Ora, veja na geladeira, nos armários da cozinha! Tem biscoito, tem comida lá! Peguem, comam, e me ajudem!"
Não ajudavam. Eu procurava desesperadamente o pente, pensando que não queria me casar com aqueles cachos nas pontas dos cabelos, porque parecia uma debutante americana. O que fazer neles, então? Ainda mais sem pente?? E o vestido? Estava pronto, estava seco, estava bonito?
Olhei pela janela e vi um temporal começar a cair. "Vai passar. Isso é chuva de verão, estamos em março." - pensei. Não passava, nem diminuía. Só aumentava. As ruas estavam com enormes poças de água, que obviamente molhariam o vestido de noiva. "Talvez não adiante fazer nada no cabelo, porque a chuva vai estragar tudo". 
E minhas convidadas comendo biscoitos.
Ainda olhando a chuva, pensei que estava tudo tão certinho pra que eu casasse com a bata laranja, mas inventei de bancar a noiva, e agora tudo estava confuso, atrasado e molhado.

Pouco depois desse pensamento eu acordei, e me dei conta de que não me lembrava, nem sequer sabia quem é que era o noivo...

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